Pacientes infectadas não foram vacinadas contra a doença – Foto Reprodução Ilustratia
A Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins (SES-TO) confirmou, nesta quinta-feira (25), seis casos de sarampo no município de Campos Lindos, a cerca de 560 km de Palmas. As confirmações vieram após análise de amostras com resultado positivo para IgM reagente, feita pelo Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN-TO). Outros três casos são considerados prováveis, com base no quadro clínico, mas sem possibilidade de testagem, e mais três seguem em investigação laboratorial.
As amostras confirmadas referem-se a uma criança de quatro anos, uma adolescente de 15, duas mulheres de 24 e 29 anos, e dois homens de 21 e 27 anos. Os casos clinicamente prováveis incluem um homem de 27 anos e duas crianças do sexo masculino, com um e três anos de idade. Já os casos em investigação envolvem duas meninas de um ano e uma mulher de 30 anos.
Todos os pacientes apresentaram sintomas clássicos do sarampo, como febre alta, manchas avermelhadas no corpo, tosse, coriza e conjuntivite, além de terem histórico de contato com pessoas que viajaram a países com circulação do vírus. Nenhum deles havia sido vacinado. Todos seguem em isolamento domiciliar.
As amostras positivas foram encaminhadas para confirmação definitiva na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, referência nacional, sem prazo definido para o retorno dos resultados. Ações emergenciais
A SES-TO adotou medidas imediatas de contenção desde a notificação dos primeiros casos suspeitos, na sexta-feira, 18. Equipes de vigilância em saúde do Estado foram deslocadas para o município e atuam em conjunto com profissionais do Ministério da Saúde e da prefeitura local. Dez técnicos da SES, mais quatro do MS e servidores municipais compõem a força-tarefa no território.
Até o momento, 660 pessoas estão sendo monitoradas em Campos Lindos, 282 residências foram visitadas e 644 doses da vacina foram aplicadas. A Secretaria também enviou uma nota técnica com orientações preventivas e de manejo clínico aos 139 municípios do Estado, além de informativos destinados às áreas de vigilância. Riscos e prevenção
O sarampo é uma doença infecciosa viral de alta transmissibilidade por vias aéreas. A transmissão pode ocorrer desde seis dias antes até quatro dias após o aparecimento dos sintomas. O período de incubação varia de sete a 14 dias. Em casos mais graves, o sarampo pode causar complicações como pneumonia, encefalite e até levar à morte.
A principal forma de prevenção é a vacinação. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente as vacinas tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e tetraviral (que inclui também a varicela). Em situações de surto, crianças a partir de seis meses já podem ser vacinadas.
No Tocantins, a cobertura vacinal ainda está abaixo do ideal. Em 2024, a primeira dose da tríplice viral alcançou 93% do público-alvo, e a segunda, apenas 80%, enquanto o recomendado pelo Ministério da Saúde é de 95% para ambas. Em 2025, até agora, a cobertura está em 86% (1ª dose) e 55% (2ª dose). O Estado possui mais de 300 salas de vacinação abastecidas com o imunizante. Isolamento e cuidados
Além da vacinação, o isolamento de casos suspeitos é fundamental para conter a transmissão. A SES-TO orienta que pessoas com sintomas evitem ambientes coletivos como escolas e locais de trabalho por ao menos quatro dias após o início das manchas na pele.
Outras medidas recomendadas incluem: uso de máscara ao tossir ou espirrar, higienização das mãos, limpeza de superfícies, distanciamento social em unidades de saúde e atenção especial ao contato com crianças pequenas e gestantes, que são mais vulneráveis. Tratamento
Não há tratamento específico para o sarampo. O cuidado médico é voltado ao alívio dos sintomas e prevenção de complicações. A SES-TO reforça a importância de procurar atendimento médico imediato em caso de febre alta, manchas avermelhadas no corpo e sintomas respiratórios.
A Secretaria segue monitorando o cenário e reforça a importância da imunização como medida mais eficaz de proteção individual e coletiva contra o sarampo.
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