Ex-secretária e empresário são presos, ex-prefeito está foragido
O Ministério Público do Maranhão deflagrou nesta terça-feira (16) a operação “Prato Cheio” em Godofredo Viana, contra um esquema de corrupção envolvendo o desvio de R$ 1,3 milhão destinado à merenda escolar. A investigação, coordenada pelo promotor de Justiça Márcio Antônio Alves de Oliveira, apontou que recursos destinados à alimentação de crianças foram sistematicamente desviados durante vários anos.
De acordo com o MP, as inspeções realizadas nas escolas mostraram que a merenda não chegava aos alunos. Quando algum alimento era entregue, ocorria em períodos fracionados e de pouca relevância, muitas vezes durante as férias escolares, o que comprova que o fornecimento era apenas uma fachada. O esquema envolvia a emissão de notas frias e compras realizadas até em 30 de dezembro, quando não havia mais aula, sem que os produtos fossem efetivamente entregues.
A investigação revelou ainda que a ex-secretária municipal de Administração e Finanças, Gihan Ayoub Jorge Torres, irmã do então prefeito, e o empresário Antônio Muniz, dono da empresa contratada para fornecer a merenda, participaram diretamente das irregularidades. Ambos foram presos. Já o ex-prefeito, Marcelo Jorge Torres (PT), apontado como principal articulador do esquema, encontra-se foragido.
Além da prisão dos envolvidos, a Justiça determinou o bloqueio de bens equivalentes ao montante desviado, aproximadamente R$ 1,3 milhão, considerando também o dano coletivo causado às crianças prejudicadas. Entre os bens apreendidos estão duas caminhonetes SW4, uma Mercedes-Benz, joias, armas de fogo e valores em espécie.
Segundo o promotor Márcio Antônio, a operação “Prato Cheio” não apenas desvendou o desvio de recursos, mas também evidenciou o impacto social da corrupção. Crianças de baixa renda ficaram sem acesso à merenda escolar durante praticamente todo o ano letivo, enquanto gestores e empresários enriqueciam de forma ilícita.
A situação trouxe consequências administrativas graves: o município ficou impossibilitado de receber recursos de programas humanitários por dois anos devido às fraudes constatadas. A atuação contou com apoio da Polícia Civil e do Poder Judiciário
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